O indice de lesão em corredores chega a ser 70% dos praticantes !
Prática de corrida tem crescido muito nos últimos anos tanto para pessoas que correm provas curtas quanto para provas longas.
A prática regular de corrida traz benefícios incalculáveis para o praticante, tais como diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares, obesidade, auxilia na captação de glicose para diabetes, entre outros fatores importantes. Porém, pelo crescimento descontrolado e a falta de orientação adequada, os índices de lesões crescem junto com os adeptos.
Além disso, a corrida é um esporte democrático (MACHADO, 2014). No Brasil, temos poucas pesquisas sobre as lesões vindas de corredores de rua amadores, mas alguns estudos de provas específicas foram feitos e apontam incidência de 21,5% em alunos que trabalham com alta intensidade e/ou volumes elevados, o que indica que o controle da intensidade e volume podem estar associados às principais lesões.
De acordo com Hreljac (2005), o índice de lesão IL em corredores é extremamente alto, chegando a 70% dos praticantes recreacionais ou profissionais no primeiro ano.
Ainda segundo Wen (2007), as lesões traumáticas que eventualmente podem ocorrer são em número menores que as lesões de (overuse) excesso de uso.
Entre as mais comuns se destacam: (SDPF) Síndrome da Dor Patelofemoral, Canelite, Tendinopatias, ( tendão de aquiles e banda iliotibial) fraturas por stress e fascite plantar.
Os fatores de lesões por overuse são classificados com: intrínsecos e extrínsecos.
Basicamente, os intrínsecos são os não modificáveis como idade, sexo, altura, genética, geno varp, geno valgo. Já os extrínsecos são os considerados modificáveis como tipo de tênis, periodização dos treinos, tipo de pisada, intensidade, frequência, percurso, entre outros.
Alguns estudos com relação a fatores intrínsecos e extrínsecos observaram que o treinamento físico tem influência significativa no aumento do índice de lesões, portanto nós profissionais de corrida temos que ter um acompanhamento mais próximo de nosso aluno para evitar possíveis lesões, além de manter sempre o feedback dos treinos para mensurar intensidades e volumes adequados a cada aluno.
Por incrível que pareça, em um estudo realizado em Curitiba-PR, (Adraino A. F. H., et all, 2009) foi verificado que alunos com volumes de treino entre 60 minutos/dia ou mais tem maior probabilidade de afastamento que indivíduos que treinam de 30-60 minutos/dia. E o mais impressionante foi que não houve diferença significativa entre indivíduos que estavam com e sem acompanhamento profissional. O que aumenta ainda mais a responsabilidade dos professores que podem e devem verificar todas as variáveis extrínsecas para previnir e evitar o afastamento precoce desse aluno dos treinos.
Para a prevenção e correta prescrição de treino temos que pensar em vários fatores como a experiência do corredor, técnica, histórico de lesão, pace, melhor tempo, além, é claro, dos possíveis sinais de overtraining que podem ser observados por falta de rendimento, aumento da FC de repouso, alteração de humor, sono prejudicado, entre outros fatores que podem levar as lesões.
Medidas simples como informar seus alunos sobre o melhor solado para os treinos e locais de treinos diferentes também contribuem para evitar as lesões. Avaliação postural, biomecânica da corrida, periodização dos treinos de corrida e de força, bem como uma abordagem multidisciplinar influenciam diretamente na prevenção de lesões.
Somando-se a isso a corrida deve ser empregada de forma gradual para os iniciantes e para os mais experientes devemos levar em consideração os aspectos de intensidades e volumes adequados para prevenção e desempenho.
O planejamento dos treinos é o que diferencia um profissional de um amador. Então sejamos sempre profissionais em nossos treinos.
Bom treino
Alexandre Machado
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